segunda-feira, 29 de outubro de 2012



UMBANDA NÃO É ESPIRITISMO PARTICULARIZADO COMO DE KARDEC, TAMPOUCO O CHAMADO AFRICANISMO...

É comum a controvérsia de uns e de outros, quanto a Umbanda ser um "aspecto" ou modalidade do chamado Espiritismo dito de Kardec. Estes estudiosos parecem que não estudaram a "coisa" como ela é e se apresenta. Batem-se no ponto de que no Umbandismo existe a manifestação dos espíritos e no Espiritismo, também. É este o cavalo de batalha deles. Vamos elucidar essa questão, pois já gastaram muita tinta e papel nisso...

Ora, todos sabem que quem particularizou o termo espiritismo foi Allan Kardec, para traduzir por ele certos ensinamentos dos espíritos. A palavra espírito se perde na antiguidade, dentro dos livros religiosos de vários povos, inclusive nos Vedas, dos Brahmas, no Livro dos Mortos dos Egípcios, nas obras de Fo-HY, um dos mais antigos sábios da China, na Bíblia de Moysés, na Kabala dos Judeus, nos evangelhos ditos do Cristo, e, para não citarmos mais, na antiqüíssima Bíblia Maya-Quiché – o Popol-Vuh, etc.

Mas, que se deve entender realmente por Espiritismo? Segundo Kardec, é a doutrina dos espíritos. Como vêem, pelo exposto, revelar a doutrina ou as coisas do espírito não foi privilégio nem de uns ou de outros. “Diremos, pois, que a doutrina espírita ou Espiritismo tem por princípio as relações do mundo material com os espíritos ou seres do mundo invisível, etc.” (O Livro dos Espíritos, introdução, página 11) E estes espíritos? Foram engendrados exclusivamente por Kardec, para criarem uma doutrina sua – própria?

Ora, estas relações, esta doutrina, que também traduzem as Eternas verdades, são tão velhas quanto a própria humanidade, porquanto podem ser identificadas nestes ditos antigos e sagrados livros das mais velhas religiões do mundo. É só compararmos os 34 itens com que ele (Kardec) fundamentou os ‘pontos principais’ da doutrina que os espíritos transmitiram, na introdução de “O Livro dos Espíritos”.

Então, devemos reconhecer que a essência desta doutrina, espíritos e suas relações com o mundo da forma, comunicações, revelações, fenômenos inerentes à mediunidade são FATOS que remontam aos primórdios das civilizações, não são, portanto, REALIDADES somente conhecidas de 1857 aos nossos dias. E a Umbanda tem como vértice de sua razão de ser, desde as eras primitivas, ou melhor, particularmente desde a 2ª Raça-Raiz, ou Lemurianos, numa Era de Escorpião – o signo da Magia, a exteriorização periódica ou por ciclos destes fatos, ressurgiu na atualidade, como no passado, entre os Atlantes, os Mayas e os Quiches, os Tupy-Guaranis e os Tupy-Nambás da época pré-cabraliana, bem como há milênios, quando do antigo apogeu da raça africana, que conservou dentro da tradição oral, até nossos dias, farrapos desta Lei ou desta Doutrina – revelação do próprio Verbo – primitiva síntese religio-científica, cujas derivações podem ser identificadas nos diferentes sistemas religiosos (pelo aspecto esotérico) de todas as raças.

Agora vamos definir positivamente uma regra: que Kardec codificou, isto é, propagou, apenas, PARTE dessas antigas verdades - reveladas pelos espíritos de acordo com a época - expressões de uma Lei, imutável, que vêm sendo confirmadas e ampliadas dentro das nossas Linhas de Umbanda, por grandes instrutores, espíritos altamente evoluídos, que consideramos como Orixás intermediários e Guias, que têm como missão precípua reconstituir as partes restantes, ou seja, o todo....
O que ressalta então, claramente do exposto? Que há uma certa identidade entre o Espiritismo e a Umbanda. Esta identidade se verifica, quanto à Doutrina, à manifestação e comunicação dos espíritos, pelo fator mediúnico, bem como pela parte científica, filosófica e moral, etc...Mas, sobrepõe-se logo, numa comparação, o seguinte: a Lei de Umbanda NÃO É o Espiritismo, APENAS. Este, com todo seu conteúdo, é que faz parte da Umbanda, isto é, se integra ou se ABSORVE NELA.

Na Umbanda, ALÉM da parte filosófica, científica, doutrinária e dos fenômenos da mediunidade, pela manifestação, desta ou daquela forma, dos espíritos, formando estas coisas, os atributos principais e tacitamente reconhecidos como particularizando a Escola Kardecista, tema Umbanda ainda, bem definido, o aspecto propriamente dito de uma Religião, pela Liturgia, Ritual, Simbologia, Mitologia, Mística, bem como pela Magia, Astrologia esotérica e outras correlações de Forças NÃO PRATICADAS no denominado espiritismo, e, portanto, nele INEXISTENTES ...

W.W. da Matta e Silva
Umbanda – Sua Eterna Doutrina, Edição 1998, página 43.

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